São José Rio Preto desenvolve projeto inovador de gestão de arboviroses

Ferramenta desenvolvida em parceria pela Prefeitura de Rio Preto, USP/SP, Fatec e Empro deve aprimorar práticas de controle do mosquito Aedes.

A Prefeitura de Rio Preto, por meio da Secretaria de Saúde, em parceria com a USP/SP, a Fatec de Rio Preto e a Empro está desenvolvendo em um projeto inovador de gestão e vigilância de arboviroses, como dengue, zika e chikungunya. 

A iniciativa partiu da Universidade de São Paulo (USP) e consiste em uma ferramenta que utiliza tecnologias de Big Data para integrar diferentes bancos de dados, oferecendo informações rápidas e de qualidade para subsidiar decisões estratégicas.

Atualmente, os sistemas da vigilância funcionam de maneira fragmentada, o que obriga os gestores a analisarem separadamente informações como notificações de casos e monitoramento entomológico, internações e óbitos. 

“O novo projeto propõe a criação de uma plataforma de dados integrada, que reunirá essas informações em um único ambiente, com apoio de inteligência artificial, modelos preditivos e visualização interativa”, afirma a coordenadora do departamento de Vigilância em Saúde, Andreia Negri.

Cidade Inteligente

O projeto está sendo desenvolvido por meio do Programa de Pesquisa em Políticas Públicas da FAPESP e conta também com a participação da EMPRO, que será corresponsável pelo manuseio da Big Data, e pela implantação de sistemas de monitoramento climático, que coletará informações de umidade, pluviosidade, temperatura e outros indicadores ambientais, reforçando a capacidade preditiva da plataforma.

Com isso, será possível antecipar as condições favoráveis aos surtos, orientar medidas preventivas e disponibilizar aos gestores ferramentas como mapas de transmissão em tempo real, dashboards interativos e algoritmos de apoio à decisão.

“A parceria entre a Empro, empresa pública de base tecnológica da Prefeitura, com a área acadêmica — representada pela USP e pela Fatec — e com a Secretaria de Saúde, que reúne o conhecimento técnico, as ações de combate e os principais desafios, é um exemplo de como o intercâmbio de informações e saberes pode contribuir para a solução de problemas do município e para o bem-estar da população”, disse o diretor-presidente da Empro — Tecnologia e Informação, Marco Antonio da Silva Rodrigues.

“Esperamos que futuramente a plataforma seja expandida para o monitorar também outras doenças, como o escorpianismo e doenças respiratórias, tornando-se modelo para as políticas públicas estaduais e nacionais”, reforçou Andreia Negri.

Para a coordenação do estudo, o grande desafio é transformar dados brutos em informação útil e acessível, centralizada em um único ambiente de análise. “Essa é a chave para decisões mais rápidas e políticas de saúde baseadas em evidências”, reforça o coordenador do estudo, Francisco Chiaravalloti Neto, Prof. Dr. do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.

Workshop

Como parte da execução da Big Data, as Instituições envolvidas realizarão no próximo 10 de outubro um workshop no Parque Tecnológico de São José do Rio Preto. O encontro marcará o início da fase prática da iniciativa no município.