Movimento chega à terceira edição em Rio Preto com forte participação do poder público e sociedade.
São José do Rio Preto vai se transformar em um território de memória, resistência e transformação social nesta sexta, dia 18/7, e sábado, dia 19/7, com o seminário “Do Silenciamento ao Protagonismo: Existências de Mulheres Negras” e com a 3ª Macha das Mulheres Negras, Latino-americanas e Caribenhas. Na sexta, o seminário acontece na Unesp, das 8h às 11h30. No dia seguinte, a concentração para a marcha está marcada para as 9h, na Praça Rui Barbosa. O movimento chega à terceira edição na cidade com forte participação do poder público e organizações sociais, como conselhos, coletivos e instituições.

O seminário tem como objetivo refletir sobre os apagamentos históricos impostos às mulheres negras e destacar suas estratégias de resistência cotidiana nos campos da saúde, justiça, cultura, arte e políticas públicas. Estão previstas apresentações artísticas e falas dentro da temática proposta. As palestrantes são a psicóloga Juliana Mogrão, da artivista Christina Martins, da advogada Márcia Regina Pires e da assistente social Eni Fernandes. Além disso, serão lidas as demandas sociais coletadas nos CRAS durante o movimento no ano passado e que serão encaminhadas ao poder público. Haverá ainda expositoras de artesanatos, produtos naturais e de beleza.
“O movimento da marcha das mulheres negras vem das próprias mulheres do território, que estão organizadas politicamente em movimentos sociais, coletivos, instituições. No ano passado, foram coletadas demandas nos próprios territórios. Agora, vamos construir coletivamente um documento para entregar ao poder público, para que essas necessidades possam ser atendidas”, afirma a psicóloga Thainá Costa, gestora do Conselho Regional de Psicologia (CRP), na subsede de Rio Preto.
Marcha
No sábado, dia 19/7, com concentração às 9h na Praça Rui Barbosa, acontece a 3ª Macha das Mulheres Negras, Latino-americanas e Caribenhas. Antes de as participantes marcharem pelo quadrilátero principal, haverá apresentações de artivistas. “Os eventos focam no protagonismo das mulheres negras, no fortalecimento da justiça racial e no enfrentamento ao racismo estrutural e estão ganhando força a cada ano, em uma parceria bem-sucedida entre poder público e sociedade”, afirma a secretária da Mulher, Pessoa com Deficiência e Igualdade Racial de Rio Preto, Rosicler Quartieri.
25 de Julho
O 25 de julho é uma data de importância histórica e política para as mulheres negras. Instituído em 1992, durante o 1º Encontro de Mulheres Negras da América Latina e do Caribe, realizado na República Dominicana, tornou-se símbolo internacional de denúncia contra o racismo, o sexismo e a desigualdade, e de afirmação do protagonismo das mulheres negras nos processos de transformação social em seus territórios.
No Brasil, o 25 de julho também celebra o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, instituído pela Lei nº 12.987/2014. Tereza foi uma líder quilombola que comandou o Quilombo do Quariterê no século XVIII, no atual estado do Mato Grosso, desafiando o regime escravista e organizando um sistema de resistência e liberdade por quase duas décadas.
Por isso, a 3ª Marcha das Mulheres Negras, Latino-americanas e Caribenhas conecta-se diretamente com essa herança de luta, memória e ancestralidade.